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Title: Caracterização do conhecimento da raiva pelos estudantes das EP2 e informantes-chave na cidade e dois distritos da província de Nampula: contributo para o desenvolvimento de estratégias de profilaxia da doença em Moçambique
Authors: Barreto, Avertino
Bragança, Luís Filipe José
Keywords: Saúde pública
Raiva
Combate a raiva
Issue Date: 5-Sep-2005
Publisher: Universidade Eduardo Mondlane
Abstract: A raiva e um zoonose endémica com impacto relevante na saúde publica, sobretudo porque e uma doença fatal para os humanos e todos animais de sangue quente. Quando declarada não tem cura, culminando com a morte após um período de evolução e sintomatologia, que impressiona sobremaneira. O seu controlo a nível nacional tem sido difícil especialmente pela carência de aproximação entre os diversos profissionais de saúde, da agricultura e da educação, não se vislumbrado uma solução a curto prazo. As medidas profilácticas tomadas ate ao momento, assim como, o pouco conhecimento da doença, em Moçambique, demonstram que não se tem atingido os resultados desejados, registando-se um sucessivo aumento do número de obtidos em humanos e animais. Em Moçambique, a província de Nampula, foi a que apresentou nos últimos três anos casos de raiva em humanos. Medidas de prevenção e educacionais dirigidas à população são pouco onerosas e muito eficazes, sendo reconhecidamente essenciais para a redução do número de casos da doença. Os objectivos deste trabalho foram descrever o conhecimento da doença nos estudantes das escolas primária do nível 2 (EP2) e informantes-chave na cidade e dois distritos da província de Nampula, como também, identificar quais os mecanismos de prevenção e transmissão conhecidos, avaliar os tratamentos efectuados a feridas por mordeduras assim como, analisar a correlação entre as variáveis seleccionadas. Tratou-se de um estudo descritivo e transversal combinando métodos quantitativos e qualitativos. O primeiro método englobou uma entrevista sobre Conhecimentos, Atitudes e Praticas (CAP) aos 210 estudantes das escolas primárias do segundo grau. O método qualitativo baseou se numa entrevista semi-estruturada dirigida aos 52 informantes-chave constituídos por Métodos (6), Enfermeiros (6), Pessoal Hospital (10), Veterinários (2), Professores (9), Directores (5), Directores Pedagógicos das Escolas (4), Autoridades Politicas (3), Encarregados de Educacao (5), Policia (1) e Técnico de Farmácia (1). Os resultados obtidos demonstram que os estudantes necessitam adquirir conhecimentos, sobretudo ao nível da prevenção e no tratamento urgente a efectuarem a feridas por mordedura. Dos inquiridos 87% afirmou já ter ouvido falar da raiva humana,.32.3% já terem visualizado raiva em humanos e 54% em animais. Da amostra, 19% dos estudantes desconhece as formas de propagação da doença, e apenas 45% afirma que o cão domestico e o transmissor principal da enfermidade. Os animais selvagens foram omitidos como transmissores. Sobre o período de vacinação, apenas 37% tem conhecimento que este conhecimento que esta deve ser efectuada anualmente, e 13% demonstraram, em geral, um desconhecimento total das principais medidas de prevenção. Quando questionados sobre o que fazer perante um animal agressor, apenas 24% manifestaram vontade de abater de imediato o agressor e 9% declarou que nada fariam. As diversas instituições responsáveis pela divulgarão da doença não se fazem correctamente, reflectidos pelos 76% dos estudantes que afirmaram não existir elucidação sobre esta doença por parte de qualquer entidade. No entanto, 96% dos estudantes demonstram muito interesse em ler um panfleto caso existisse. Factor bastante positivo e que 37% dos estudantes demonstraram ter conhecimento de que uma ferida por mordedura e perigosa e 47% declararam ser muito perigosa. No entanto 74% destes entrevistados afirmaram que a raiva poderia ser tratável. Sobre os procedimentos a efectuar após uma agressão, 49% dos alunos declararam deslocar-se de imediato a uma Unidade Sanitária e 40% declararam que fariam os primeiros socorros em casa, deslocando-se em seguida ao Hospital. No entanto, os tratamentos que efectuariam em casa não estariam correctos. Um aspecto positivo seria que esta atitude seria tomada por iniciativa própria, não necessitando de compassos de espera para iniciar o tratamento preventivo. Em geral os Informantes-Chave demonstraram ter um bom conhecimento sobre a doença e as suas formas de prevenção. Mas a inexistência de imunoglobulinas e roturas constantes de stocks de vacinas humanas em todas as Unidades Sanitárias da Província, a falta de canis e gatis são factores de extraordinária preocupação para este grupo de entrevistados. O presente contributo aponta para a importância do estabelecimento de novas iniciativas e financiamento das estruturas para o controlo da raiva. Assim, as campanhas de educação a todos os níveis sociais e profissionais, a implementacao de estruturas de decisão, diagnóstico, controlo e a monitorização a nível nacional devem formar um fluxo de cadeia de comandos de clara e rápida decisão. A escassez e inadequada informação sobre a doença produz uma ma compressão por parte das vitimas de mordedura, que tem reduzidos conhecimentos sobre a enfermidade, o que altera as atitudes correctas a ter logo após uma agressão em especial de um animal suspeito. Cientes das restrições dos recursos laboratoriais e financeiros, considera-se ser da competência dos ministérios da tutela dar importância ao investimento educacional e material para eventual solução desta zoonose. Só com um esforço integrado de todas as instituições e da sociedade em geral se poderá alterar o actual panorama. A criação de mecanismos para melhorar a notificação e o combate a raiva, e uma necessidade urgente. Cabe a cada cidadão a responsabilidade de não negligenciar esta doença, procurando orientação junto dos profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) em relação a sua própria segurança ou junto ao médico veterinário, quando se tratar da saúde do seu animal de estimação. As Unidades Sanitárias mesmo as das zonas mais remotas, não deveriam permitir uma ruptura de stocks de vacinas e imunoglobulinas. A existência de canis e gatis para o isolamento de animais suspeitos, e uma necessidade urgente.
URI: http://www.repositorio.uem.mz/handle/258/552
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