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Title: Morfofonologia do verbo em changana
Authors: Ngunga, Armindo Saúl Atelela
Langa, David Alberto Seth
Keywords: Fonologia lexical
Fonema - Morfema
Língua changana
Issue Date: 12-Oct-2014
Publisher: Universidade Eduardo Mondlane
Abstract: O presente trabalho visa à luz do quadro teórico da Morfologia e Fonologia Lexical ( Kirpasky 1982) identificar e analisar os constituintes do verbal em Changana. Este quadro assenta no pressuposto segundo o qual existe uma inter - r elação entre a morfologia (morfemasWhen a woman loves) e a fonologia (fonemas) de tal forma que para cada morfologia, tem se uma fonologia desde que o ambiente fonológico tenha sido criado. De facto, a concatenação dos morfemas na estrutura do verbo desencadeiam processos f onológico responsáveis pela alomorfomia que, nalgumas vezes, resolve a interpretação segundo a qual alguns morfemas são lexicalmente bloqueados na formação de palavras . O principa l problema da investigação é de , a partir da estrutura do verbo nas línguas ba ntu ( Meeussen 1967) , analisar a distribuição dos constituintes (derivacionais e flexionais) do Changana . As respostas prévias ao problema acima s ão as seguintes : (i) uma que assume que os constituintes do verbo em Changana são realizados através d e diferentes morfemas, quer derivacionais quer flexionais e (ii) os morfemas flexionais, sobretudo os que expressam o tempo, o aspecto e o modo, podem ser expressos que por segmentos quer através dos suprassegmentos (i.e. o tom). Os dados confirmam as hipó teses aventadas contudo, mostram qu e, a estrutura do verbo do Chan gana tem doze posições d e poiso d os constituintes do verbo (mais duas posições comparativamente à estrutura de Meeussen (1967) e mais uma posição em relação à estrutura de Mutaka e Tamanj i (2000). A s nova s posiç õ es que se deve m ter em conta na análise do verbo em Changana s ão as do pré - formativo e pós - formativo. O trabalho explor a também os principais conceit os operatórios nas áreas de morfologia e fonologia . A ssim, descreve - se o sistema segmental da língua, bem como a sistematização dos processos fonológicos envolvendo vogais e consoantes. Da análise feita, as vogais podem desencadear , sempre que o contexto fonológico estiver criado, o processo de assimilação através da semivocalização, coalescência ou fusão e elisão . P or sua vez as ii consoantes desencadeiam os processos de coarticulação da nasal homorgâmica, a elisão e a velarização. Os aspectos prosódicos como a estrutura da sílaba e a descrição do funcionamento do tom na língua foram tidos em conta. No tocante à sílaba, viu - se que a estrutura básica da mesma nesta língua é CV embora ocorram outras estruturas como V ( E x: “augment” nos nomes e as marcas de aspecto na posição pré - in icial na estrutura do verb o ) ou C ( Ex : nasais silábicas em nomes das classes 1 e 3). Em relação ao tom, a análise de dados mostrou que o tom lexical era menos produtivo que o gramatical. Nesta língua verifica - se a expansão do tom alto no sentido da esque rda para direita envolvendo as moras dos constituintes que estão sob o domínio do mesmo sintagma fonológico. O estudo mostra também que a marcação do tom lexical deixa de ser relevante sobretudo nos verbos porque numa frase, todos os verbos têm a posição in icial preenchida por um prefixo de concordância com o sujeito com tom alto e, sistematicamente, o mesmo se expande para os constituintes seguintes até à penúltima mora do sintagma verbal. A expansão do tom alto apenas não ocorre a nível pós - lexical se a pa lavra seguinte tiver tom de nível alto contrastivo. Descrito s os sons da língua , analisou - se a morfologia do nome, sobretudo o sistema de classes e prefixos nominais e os seus prefixos de concordância com o sujeito, qualificador, possessivo e numeral . Des ta descrição , verificou - se que os prefixos nominais exibem basicamente vogais com tom baixo e os de concordância os prefixos têm todos os tons altos. A análise do verbo foi dividida em duas grandes partes, a saber, radical não derivado e derivado. A deriv ação é feita através de extensões verbais. Estas podem ser: causativa, aplicativa, recíproca, passiva, frequentativa, contactiva, reversiva, estativa ou pseudo - passiva, posicional . No Changana corrente , a extensão posicional e contactiva são as menos produtivas de todas. O trabalho testou o modelo CARP proposto por Hyman (2002). Este iii modelo determina a combinação e ordem de extensões verbais nas línguas bantu através de uma validação intra - morfológica em oposição a assunção segundo a qual a combinação e ordem de extensões verbais é validad a na combinação entre a morfologia e a sintaxe (Baker 1985). A testagem do CARP permitiu concluir que este aplica - se parcialmente no Changana visto que não foi possível encontrar no corpus a combinação na mesma estrut ura da extensão passiva e recíproca, bem como concluiu que a ordem da com binação causativa e aplicativa é rígida nesta língua , ao contrário do que sugere Hyman e Mchombo (1992). Na estrutura do verbo, a extensão verbal ocorre invariavelmente na posição pós - radical por isso, qualquer outro morfema que não se distribua dessa maneira foi retirado da lista das extensões verbais em Changana. A morfologia flexional centrou - se na análise dos morfemas de tempo, aspecto e modo (TAM) e do relativo . A descrição desta s categorias permitiu concluir que o Changana não distingue o passado recente do remoto nem o futuro próximo do distante. Ela exibe o passado simples ou absoluto, o passado relativo e o passado anterior e suas variações aspectuais imperfectivas ao passo qu e o futuro é apenas o simples com as suas variações aspectuais imperfectivas. Os dados mostraram que é difícil distinguir as marcas do tempo e no aspecto no presente por isso o trabalho assume a posição de Bybee (1994) segundo a qual o tempo presente é cat egoria mais aspectual do que temporal. A análise dos dados é acompanhada da apresentação da estrutura do verbo e de propostas de designaçã o de cada categoria gramatical na estrutura do verbo. A análise de dados mostrou que das várias posições que podem ser ocupadas pelos constituintes do verbo, a posição pós - inicial é muito imprecisa pois, não poucas vezes podem ocorrer na mesma mais de quatro constituintes . Na sistematização da distr ibuição dos morfemas na estrutura do verbo , o trabalho defende que se deve acrescentar a posição pré - formativo, antes da do formativo e pós - formativo e que se deve reserv ar a posição pós - inicial apenas os morfemas iv de passado anterior, passado relativo, pas sado imediato, negação, modo potencial e aspecto contínuo . Com o acréscimo desta posição, a estrutura do verbo em Changana tem 12 posições a saber: pré - inicial, inicial, pós - inicial, pré - formativo, formativo e pós - formativo; pré - radical, radical e pós - radi cal e pré - final, final e pós - final. A última categoria analisada trata - se d o modo. Reconhecendo a complexidade do estudo destas categorias, o estudo centrou - se em três modos, a saber: o modo subjuntivo, o modo imperativo e o modo potencial sem contar com o modo indicativo que foi todo o resto que fez na análise da morfologia flexional
URI: http://www.repositorio.uem.mz/handle/258/502
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