Avaliação da produção e economicidade do primeiro desbaste em ensaio para povoamentos de pinus elliottii e pinus taeda

Abstract

Com o objetivo de estudar a economicidade de desbastes em florestas de Pinus spp, aforam analisados dois povoamentos florestais, ambos com 9 anos de idade, localizados n.o planalto do Estado do Paraná e no Litoral do Estado de Santa Catarina, com Pinus taeda e Pinus elliotti i, respectivamente. Efetuou-se uma análise abrangente dos métodos utilizados para o inventário florestal, simulação de desbastes e composição dos centros de custos correspondentes às atividades empregadas, com a finalidade de obter-se dados para o cálculo da renda líquida dos desbastes. Testaram-se 14 equações para estimativas de volumes com e sem casca e 8 equações para estimativas de alturas. Utilizou-se o modelo polinomial de quinto grau. y = a + bx + cx2 + dx3 + ex4 + fx5, para a estimativa dos sortimentos de madeira a nível de serraria, lenha e resíduos. A análise estatística do inventário florestal mostrou um erro padrão relativo de 2,77%. para o povoamento localizado no planalto e de 3,57"/. para aquele no litoral. A comparação dos volumes estimados com os volumes reais obtidos no desbaste mostrou erros porcentuais médios de 1,54% no planalto e de 2,40% no litoral, comprovando a precisão do inventário realizado. Os centros de custos relacionados ao povoamento florestal foram definidos mediante uma análise de atividades e plano de contas. Todos os custos foram quantificados em todas as idades de ocorrência e capitalizados à taxas de juros de 6%, 8%, 10% e 12%, com e sem a inclusão do custo da terra. Verificou-se que os custos de administração apresentaram os maiores percentuais em relação aos custos totais. A uma taxa de juros de 6%, o povoamento localizado no planalto apresentou valores de 24,89% e de 27,90%, com e sem a inclusão do custo da terra. respectivamente. Da mesma forma, o povoamento localizado no litoral apresentou valores de 31,12% e de 36,68%. Em ambos os casos estudados, no ano de ocorrência dos desbastes, houve um acréscimo notável dos custos devido às atividades de manutenção de infra-estrutura, supervisão direta e comportamento do custo total à diferentes taxas de juros. A renda líquida foi calculada com base em valores de preços e custos atribuídos aos pesos dos sortimentos relacionados ao volume retirado no desbaste, considerando-se a área efetiva desbastada e a área total dos povoamentos. Tal procedimento revelou que pode existir renda líquida positiva, por ocasião do primeiro desbaste, quando os custos são calculados em função da área efetiva desbastada, o mesmo não ocorrendo para a área total do povoamento. Mos dois povoamentos estudados, o valor da lenha não cobriu os seus custos. No povoamento do litoral o valor da madeira para serraria foi superior aos custos, às taxas de juros de 6% e 8% sem a inclusão do custo da terra e à uma taxa de juro de 6%com a inclusão do custo da terra. Para os totais, não foram verificados valores de renda líquida positiva em nenhuma das taxas de juro empregadas. No povoamento do planalto ocorreu renda líquida positiva para madeira de serraria à todas as taxas de juros, sem a inclusão do custo da terra. Já com a inclusão deste, apenas às taxas de 6% e 8%. Nos totais, a renda líquida positiva foi encontrada à taxas de 6% e 8% sem o custo da terra e à 6% com o custo da terra. Concluiu-se que os métodos estudados mostraram-se adequados e que especial atenção deve ser dada á coleta de dados, tanto da produção física como da econômica, as quais refletem diretamente na precisão dos resultados. Da mesma forma, considerou-se a inclusão do custo da terra, a espécie, o sítio e a qualidade das árvores como fatores que influenciam diretamente a renda líquida. Recomenda-se um estudo que inclua os custos de uma poda planejada para verificar se a melhoria na qualidade das árvores modifica significativamente o valor da renda líquida.