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Title: As conversações quotidianas e as assimetrias de poder entre homens e mulheres em Xificundri
Authors: Guissemo, Manuel
Silva, Lurdes Rodrigues da
Mavota, Luís Isaías
Keywords: Assimetrias de poder
Actos de fala
Deixis social
Cortesia e turno de fala
Interacção
Issue Date: 30-Sep-2024
Publisher: Universidade Eduardo Mondlane
Abstract: O Homem é um ser social, por isso dialógico, o que significa que ele necessita de interagir com o seu semelhante para satisfazer as suas necessidades, desde as mais simples até às mais complexas. Essa interacção é realizada com recurso à linguagem, seja verbal, não-verbal ou multimodal. As conversas, embora possam ser simétricas, comummente, têm em si subjacente o poder, enquanto capacidade de influenciar os outros. O poder decorre dos papéis sociais que os interlocutores ocupam nas organizações sociais, não sendo excepção a interacção de indivíduos de géneros diferentes. As assimetrias de poder na interacção conversacional manifestam-se através das escolhas linguísticas. É, portanto, neste contexto que surge a presente pesquisa intitulada “As conversações quotidianas e as assimetrias de poder entre homens e mulheres em Xificundri”, cujo objectivo central é analisar a ocorrência de assimetrias de poder com recurso a elementos linguísticos de natureza pragmática na interacção quotidiana entre homens e mulheres em diferentes domínios sociais. O estudo é qualitativo, tendo, fundamentalmente, recorrido à observação directa como principal técnica de recolha de dados, com destaque às gravações de conversas para a constituição do corpus e às entrevistas para esclarecer a ocorrência de alguns comportamentos de interlocutores durante as diferentes interacções conversacionais gravadas. O estudo foi realizado no bairro de Xificundri, localidade de Ngalundi, posto administrativo de Bobole, distrito de Marracuene, e os dados foram recolhidos nos domínios laboral, religioso, familiar e entretenimento. A pesquisa constatou que, na interacção entre homens e mulheres, existem assimetrias de poder, motivadas por diferentes factores sociais, destacando-se a função que os interlocutores exercem no meio social ou organizacional, razão por que não se pode afirmar, a priori, que, numa interacção, o poder é exercido pelos homens ou pelas mulheres. Os resultados do estudo mostram que, no DL, dependendo do contexto da conversa, existe, por um lado, uma tendência de ocultar o poder com recurso à polidez da face e ao não uso de actos directivos directos. Por outro, há tendência de se recorrer ao poder institucional para consubstanciar algum posicionamento. No DR, a tendência é contrária, havendo preocupação de se exercer o poder de diferentes maneiras, com destaque para a não produção de turnos adjacentes, o não uso de formas de tratamento por parte dos homens, a monopolização da fala e turnos excessivamente longos. Na família, o poder é decorrente do processo de socialização que se inculca nos membros da sociedade, colocando o homem sempre num lugar de poder, que se manifesta com recurso à deixis, actos de fala, estratégias de coortesia, entre outros. Por último, no domínio do entretenimento, as relações de poder revelaram-se ser de grau zero, havendo, porém, eventos de interacção em que os interlocutores, por alguma razão, reclamam o poder. O estudo conclui que o poder, dependendo do domínio e do papel social dos interlocutores, pode ser exercido tanto por homens, assim como por mulheres
URI: http://www.repositorio.uem.mz/handle258/1415
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