Abstract:
Desde a declaração da COVID-19 como Emergência Internacional de Saúde Pública (PHEIC) pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), tem-se tentado identificar factores que afectam o comportamento da
pandemia para garantir melhor controlo. Dos diversos factores, os meteorológicos estão entre os mais importantes.
Objectivo: Analisar a relação estatística entre duas variáveis meteorológicas – temperatura e pressão atmosférica – e
a frequência de casos confirmados de COVID-19 em Moçambique. Tipo de estudo: observacional e longitudinal
e estatístico. Local: Moçambique, área de Maputo (Província e Cidade) e Província de Nampula. População: De
acordo com o Censo 2017, Moçambique tem 27 909 798 habitantes, área de Maputo tem 3 595 547 e a Província
de Nampula tem 6 102 867. Métodos: Os dados meteorológicos foram obtidos diariamente nas bases de dados
AccuWeather, Time and Date AS e Weather Spark, e o número de casos confirmados de COVID-19 a partir da
informação diária dos órgãos oficiais de comunicação do Governo de Moçambique. As análises estatísticas realiza-
das no Microsoft Excel, JASP e IBM SPSS 25. Resultados: A área de Maputo teve um aumento gradual de casos
confirmados de COVID-19, enquanto a Província de Nampula registou uma subida mais brusca, superando o
número de registos da área de Maputo em menos de um mês. A temperatura apresentou uma correlação positiva
com o número de casos confirmados de COVID-19, enquanto a pressão atmosférica exibiu uma relação negativa.
Em outras palavras, o aumento do número de casos confirmados aumentou com a diminuição da temperatura e
aumento da pressão atmosférica nas áreas em estudo, mostrando que o inverno apresenta condições mais adequadas
para a transmissão de COVID-19. Conclusões: Com base no presente estudo, pode-se afirmar que na análise da
dinâmica dos casos de COVID-19, não se deve subestimar as variáveis meteorológicas.