Abstract:
Muitos desportos são percebidos como potenciais reguladores de massa corporal. Há vasta
literatura por todo o Mundo, mas esse tipo de informação é escassa em Moçambique. O presente estudo
procurou analisar como o desporto contribui para o índice de massa corporal (IMC) dos jovens adultos da
Cidade de Maputo e relacionar a prática desportiva com as prevalências de baixo peso, sobrepeso e
obesidade. Foi feita uma análise retrospectiva dos IMC de uma amostra aleatória envolvendo ambos
sexos de 500 jovens que participaram nas expensões militares de 2011 e 2012. Levou-se em conta o ano
de registo, género, a aderência ou não ao desporto e, para os praticantes, o desporto e aspectos
relacionados como a colectividade, o tipo de oposição, objectivo, a percentagem máxima de consumo de
oxigénio (maxO2), a máxima contracção muscular (MVC) e a combinação das duas últimas variáveis. A
razão mulheres-homens foi 1:4 e 251 eram desportistas. Todas as classes desportivas analisadas tiveram o
IMC médio normal. O IMC médio dos desportistas (20,2 kg/m2) foi inferior ao dos não desportistas (21,1
kg/m2), sendo p = 0,016. Entre os desportistas, a prevalência do peso baixo foi 14,4%, do sobrepeso foi
2,6% e da obesidade foi 0,4%. A malnutrição é maior nos desportistas mas o excesso de peso é maior nos
não atletas. Os desportos têm basicamente o mesmo poder de redução ou manutenção da massa corporal
mas constatou-se que o atletismo e a natação são um pouco mais eficazes enquanto o voleibol é menos
eficaz. As artes marciais reduzem o peso mas mostraram certa associação com o peso anormalmente
baixo.