Abstract:
A cultura do feijão nhemba (Vigna unguiculata L. Walp.) é cultivada principalmente em algumas
regiões mais secas do mundo, onde é uma das leguminosas mais resistentes à seca. Apresenta-se
com baixos índices de produtividade, devido, principalmente, à ocorrência de deficit hídrico. O
trabalho teve por objectivo avaliar o mecanismo de tolerância ao stress hídrico de 24 variedades
de feijão nhemba (Vigna unguiculata L. Walp) visando seleccionar variedades tolerantes ao
stress hídrico para programas de melhoramento. O ensaio foi realizado na estufa da Faculdade de
Agronomia e Engenharia Florestal da Universidade Eduardo Mondlane. O mesmo consistiu em
dois regimes de água, o regime irrigado, em que as plantas receberam água durante todo o
ensaio, e o stressado, em que as plantas foram stressadas desde os 15 dias depois da emergência
(DAE) até ao término do ensaio. O projecto final tem a seguinte estrutura: Introdução geral da
tese (capítulo I), Revisão bibliográfica (capítulo II), Artigo 1 - Determinação do mecanismo de
tolerância das variedades ao stress hídrico (capítulo III), Artigo 2 – Identificação de variedades
tolerantes ao stress hídrico (capítulo IV) e Visão geral da tese (capítulo V). Foi utilizado o
delineamento de blocos completos casualizados com quatro repetições. As variedades usadas
foram as seguintes: APAGBAALA, BAMBEY-21, INIA-152, INIA-41, INIA-73, IT-00K-126-3,
IT-16, IT-18, IT-84S-2049, IT-84S-2246, IT-85F-3139, IT-95M-303, IT-97K- 1069-6, IT-97K-
284-4, IT-98K-105-5, IT-98K-1111-1, KVX-61-1, MOUGNE, SESSAQUE, SH-50, UC-524-B,
UC-CB-27, UC-CB-46 e UCR-P-24. As variáveis medidas foram as seguintes: data de
emergência, data de floração, número e características de folhas unifoliares e trifoliares, altura e
número de flores e sintomas de stress. Os sintomas de stress foram avaliados usando uma escala
de 1 a 5, onde 1 significa não stress e 5 stress severo ou morte da planta. Foram identificados
dois tipos de mecanismos que as variedades usam para tolerar o stress hídrico. As variedades
com o mecanismo de tolerância do tipo 1 foram as seguintes: Bambey 21, Apagbaala, IT-84S-
2246, INIA-41, UCR-P-24, IT-18, IT-98K-1111-1 e IT-85F-3139, em que as folhas unifoliares e
trifoliares da base tornavam-se murchas rapidamente, enquanto o meristema e as folhas
trifoliares do topo continuavam brilhantes, continuando o crescimento lento das folhas trifoliares.
Nas variedades com o mecanismo de tolerância do tipo 2, as folhas unifoliares e as trifoliares,
tanto da base como do topo, tornavam-se murchas rapidamente, como forma de conservar a
humidade em todos os tecidos da planta, tal foi o caso das variedades MOUGNE, IT-00K-126-3,IT-16, UC-CB-27 e SH-50. Os resultados mostram que, em ordem dos parâmetros morfológicos,
as variedades são tolerantes ao stress hídrico de melhor a pior: INIA-73, IT-18, IT-97K-284-4,
IT-85F-3139, IT-97K-1069-6, IT-98K-1105-5, BAMBEY-21, IT-16, IT-84S-2246, SESSAQUE,
INIA-41, IT-95M-303, IT-98K-1111-1, APAGBAALA, INIA-152, UCR-P-24, IT-00K-126-3,
SH-50, UC-524-B, IT-84S-2049, KVX-61-1, MOUGNE, UC-CB-27 e UC-CB-46.