Abstract:
Os níveis de participação e de interacção dos alunos no programa transicional em Moçambique são
qualitativamente elevados nas primeiras três classes leccionadas em língua materna. Os alunos e o professor colaboram
activamente na construção do conhecimento nas aulas. Contudo, este cenário desaparece quando, o Português (L2)
torna-se meio de instrução a partir da 4a classe. Os alunos não possuem a proficiência em L2 que os possibilite
participar activamente na construção do conhecimento nas aulas. Os alunos recorrem às estratégias de safetalk
(silêncio, timidez, repetição, coro, voz baixa e murmúrio) como estratégia de participação nas aulas (CHICK, 1996).
O ensino-aprendizagem torna-se inflexível e monótono. Com base na pesquisa-acção participativa, o estudo discute o
impacto linguístico e pedagógico da translanguaging (GARCÍA, 2009; GARCÍA e WEI, 2014) e de cross-cultural
learning/ collateral learning (JEGEDE, 1995; JEGEDE, 1999; JEGEDE e AIKENHEAD, 1999; AIKENHEAD e
JEGEDE, 1999) como proposta pedagógica para o ensino-aprendizagem da ciência nas classes de pós-transição. Os
resultados deste estudo mostram que a incorporação de recursos linguísticos e os fundos de conhecimentos no ensino
da ciência promovem a participação qualitativa dos alunos nas aulas, desenvolve a proficiência e as habilidades
académicas em ambas línguas e flexibiliza e dinamiza o ensino-aprendizagem.