Abstract:
Segundo a Constituição da República em vigor em Moçambique, no Artigo 9, sobre as Línguas Nacionais, o Estado valoriza as línguas nacionais como património cultural e educacional e promove o seu desenvolvimento e utilização crescente como línguas veiculares da nossa identidade e, no artigo 10, sobre a Língua Oficial, destaca o Português como língua oficial. Dada a actual política linguística em vigor no país, que exclui as línguas moçambicanas e a adopta o Português como língua de prestígio, notamos uma fraca interacção entre muitos servidores e utentes das nossas unidades sanitárias. O presente trabalho visa contribuir para a redução dos efeitos negativos da barreira linguística entre os profissionais de saúde e os pacientes na comunidade tonga. O principal problema desta investigação é perceber que instrumentos linguísticos podem ser adoptados para reduzir os efeitos negativos da barreira linguística entre o profissional de saúde e o paciente. Em resposta ao problema acima levantado, recolhemos e analisamos dados sobre a interacção entre os profissionais de saúde e pacientes/doentes com relação às doenças mais frequentes na comunidade tonga. A partir das constatações a que a pesquisa nos levou, apesentamos uma proposta metodológica para a compilação de um futuro Dicionário de Saúde Guitonga-Português / Português-Guitonga, capaz de reduzir a barreira linguística que, infelizmente, persiste nos nossos hospitais