Abstract:
A presença de corpos estranhos no tracto gastrointestinal superior constitui um problema frequente para os médicos dos cuidados primários de saúde e especialistas. Certos objectos representam uma emergência absoluta e requerem rápida intervenção, enquanto que para outros seria recomendável uma atitude expectante. Muitos dos corpos estranhos, em 95% dos casos, atravessam sem dificuldade o tracto gastrointestinal, não requerem qualquer intervenção e aparecem nas fezes por volt5a de 8 ou mais dias.
Foram estudados retrospectivamente 334 doentes que ocorrem ao Serviço de ORL - CMF do HCM entre Marco de 1983 e Dezembro de 1998 por ingestão de corpo estranho. O grupo etário mais atingindo foi dos 0 – 10 anos de idade em crianças e dos 20 a 30 anos nos adultos.
Os corpos estranhos mais comuns foram: espinha de peixe (48.35%), moedas (35.82%).
A distribuição dos corpos estranhos foi a seguinte: palato: 2(0.59%), amígdala: 28(8.38%), faringe: 44(13.17%) e esófago: 260(77.8%).
Este estudo mostrou que de entre os corpos estranhos alimentares, a espinha de peixe e o mais comum. Este parece ser um risco que a grande maioria da população deste pais, particularmente os residentes no litoral podem estar expostas pelo facto deste constituir um dos principais alimentos da população por ser a proteína alimentar mais acessível.
E necessário envolver os pais, professores e pessoal de saúde na educação das crianças de modo a diminuir a incidência de ingestão acidental de corpos estranhos pelas crianças; suspeitar da ingestão de corpos estranhos nos dentes mentais, toxicodependentes e prisioneiros.