Mulher migrante São-Tomense e sua inserção no meio urbano

Abstract

O estudo da migração interna ocupa um lugar de destaque no campo de análise demográfica pelo papel que as migrações desempenham e desempenharão sobre o crescimento da população de um país. Tendo por isso, um valor incalculável na formulação e execução de programas de planificação económica e social. A migração constitui à par da fecundidade e mortalidade uma componente demográfica importante, tornando-se, por isso, como um dos mecanismos de redistribuição espacial da população. Por outro lado, reconhece-se que a mobilidade espacial é um agente de mudança social, canal de difusão cultural e de integração nacional. Este estudo enquadra-se dentro dos requisitos parciais para a obtenção do grau do Mestrado em População e Desenvolvimento pela Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane. E centra-se na análise do fenómeno da migração feminina em São Tomé e Príncipe com particular enfoque das áreas rurais para urbanas. O estudo procura entender os motivos que levaram as mulheres a migrarem das áreas rurais para urbanas, analisar as suas características sócio-demográficas e o papel da mulher na tomada de decisão de migrar. O estudo foi realizado com base na combinação da pesquisa quantitativa e qualitativa com recurso a aplicação do inquérito e histórias de vida respectivamente das mulheres migrantes nas cidades de São Tomé e Príncipe e apoiada pela revisão bibliográfica. Os dados analisados confirmam as constatações feitas por Siddique (2004), Adepoju (2002), seguindo as quais hoje em dia, as mulheres migram de forma autónoma e pelas mesmas razões que os homens, em busca de mulheres condições de vida. Este fenómeno verifica-se em STP, onde a tomada de decisão para migrar entre as mulheres é fortemente influenciada pelas expectativas que elas têm em relação as oportunidades de desenvolver uma actividade comercial nas cidades, principalmente, o comércio informal, embora exista um peso significativo de mulheres que referiram migrar por casamento, ou seja razões familiares. Dinasalda Santana de Ceita 7Mulher migrante são-tomense e a sua inserção no meio urbano O estudo revelou ainda que apesar da proximidade geográfica dentre áreas rurais e urbana, devido a dimensão do próprio país, não implica, necessariamente que as mulheres das áreas rurais se dirigem ás cidades próximas, mas para cidades relativamente mais distantes. O estudo mostra também que o desequilíbrio de desenvolvimento entre os distritos, gerou um fluxo intenso de migração em direcção a cidade capital S.Tomé