Abstract:
Um dos resíduos produzidos em grande escala nas indústrias açucareiras é o bagaço de cana-de- açúcar, o qual é tradicionalmente usado directamente nos solos como fertilizante orgânico. Estudos passados relevam que este material possui limitação como fertilizante por apresentar elevada proporção C/N, o que prejudica as propriedades físico-químicas do solo e desenvolvimento de culturas. Este trabalho teve como objectivo, estudar o efeito da incorporação das folhas frescas de Moringa oleífera na diminuição da proporção de C/N do bagaço de cana- de-açúcar como fertilizante orgânico do solo. Realizou-se o processo de compostagem usando o bagaço in natura e alternando o mesmo com folhas frescas de Moringa oleífera e ureia (separadamente). O estudo consistiu em 5 tratamentos: mistura de bagaço de cana-de-açúcar com solo (BS); mistura de bagaço com folhas frescas de Moringa oleífera (BFM), mistura de bagaço com ureia (BU) e mistura de ureia com solo (US) e um de controlo (solo onde não foi misturado com um outro elemento), todos tratamentos com três repetições. Para testagem da fertilidade e qualidade da compostagem do material em estudo escolheu-se uma cultura de rápido desenvolvimento, a alface (Lactuca sativa) e após o seu crescimento, foram avaliadas as características de crescimento: número de folhas (NF), altura da planta (AP), comprimento da raiz (CR), peso fresco e seco das folhas (PFF) e (PSF), respectivamente. A incorporação de folhas frescas de Moringa oleífera proporcionou a diminuição da proporção C/N do bagaço de cana-de-açúcar como resultado final de estudo (de 148 para 10); durante a compostagem os tratamentos não apresentaram temperaturas recomendadas. O tratamento BFM apresentou melhores teores de N, P e K com 0.29%, 0.04% e 0.21%, respectivamente em comparação com os tratamentos BS e BU; as formas de tratamento que proporcionaram bons resultados para os parâmetros de crescimento avaliados da cultura de alface foram: BFM, BS e BU. Os dados submetidos à análise de variância apresentaram diferenças significativas (p <0.05) para as variáveis medidas AP, PFF e PSF no tratamento BFMS, sendo os tratamentos BS e BUS significativos somente nas variáveis PFF e PSF. Também verificou-se que o tratamento US não difere estatisticamente do controlo, sendo inferior comparando com os restantes tratamentos. O melhor resultado em todas as variáveis de crescimento analisadas foi com o tratamento de BFMS.
