A qualidade de gestão da farmácia e a prestação de cuidados de saúde: o caso da farmácia do serviço de urgências do hospital central de Maputo

Abstract

A descoberta de novas doenças e o surgimento de outras, concomitantes as inovações tecnológicas emergentes no sector da saúde, conduzem ao longo dos tempos a um aumento da diversidade de medicamentos que determinam alterações no binómio complexidade /eficácia dos tratamentos médicos. No o Abertoprocesso de assegurar o acesso aos medicamentos, e garantir a execução integral da assistência farmacêutica, a Organização Mundial da Saúde desenvolveu Indicadores do Uso de Medicamentos que permitem descrever e avaliar os aspectos que afectam a pratica farmacêutica. Qualquer limitação na gestão da farmácia e particularmente dos stocks contribui para que ocorra um ineficaz uso dos recursos com particular ênfase para os financeiros. Tal facto sublinha a necessidade de se dispor de uma capacidade de gestão que permita garantir através da eficiência e eficácia dos serviços farmacêuticos a excelência na qualidade de prestação dos serviços de saúde. Com este estudo pretende-se caracterizar a qualidade de assistência prestada na Farmácia do Serviço de Urgências do HCM, tendo em conta a avaliação da qualidade de prescrição com base na presença dos requisitos legais e institucionais da prescrição médica de um hospital de ensino. O estudo foi observacional, descritivo, transversal, prospectivo que se realizou no primeiro trimestre do ano em curso tendo sido seleccionados ao acaso 450 receitas das prescrições feitas no serviço de urgências do hospital em estudo e consultadas as fichas de stock e listas de medicamentos usados pelo depósito geral do Hospital Central de Maputo a Farmácia de Urgência do respectivo hospital, po período do estudo. Os indicadores de prescrição de medicamentos usados foram os propostos pela OMS. Os dados foram processados e analisados nos programas EpiLnfo 20000 e SPSSS versão 15. Foram prescritos uma media de 2 medicamentos por receita tendo os antibióticos os 30,7% sendo na forma de injectáveis em menos de 1%. Os medicamentos foram prescritos pelo nome genérico em 94,6% dos casos incluídos no estudo. Uma parte das normas e procedimentos definida no Manual de Normas e Procedimentos para a conservação dos produtos farmacêuticos não e aplicada pelos funcionários da Farmácia das diferentes categorias. Tal facto e sustentando pela inexistência de um formulário; o sistema de frio nem esta a funcionar; o pessoal serventuário e administrativo em certas ocasiões aviavam o medicamento nas ausências do Farmacêutico por se um farmacêutico por turno; presença de insectos, roedores, humidade, xaropes das preparações magistrais em caixas. O estudo conclui que tem se verificado rupturas frequentes na Farmácia de Urgências devido a ineficiência são registos nas fichas de stock e a falta de realização do inventário. Também o estudo conclui que o Sistema ABC, não era aplicável devida a ineficiência dos registos nas fichas de stock, a não realização do inventário. A qualidade de gestão não e adequada, uma vez que não se realiza o inventario, onde alem de quantificar os produtos também se avaliam as condições de armazenamento dos produtos farmacêuticos incluindo a sua qualidade (aspectos físicos). Há falta de legibilidade nas prescrições, o que constitui um problema de saúde pública visto que podem causar danos aos doentes. Os resultados do estudo também revelam que a qualidade da gestão da farmácia de urgência do hospital central de Maputo precisa de ser melhorada.