dc.contributor.advisor |
Bussotti, Luca |
|
dc.contributor.author |
Jeremias, Célia Sambo |
|
dc.date.accessioned |
2025-07-17T11:29:30Z |
|
dc.date.issued |
2025-03-03 |
|
dc.identifier.uri |
http://www.repositorio.uem.mz/handle258/1458 |
|
dc.description.abstract |
O Programa de Apoio à Consolidação do Estado de Direito nos Países
Africanos de Língua Portuguesa e Timor-Leste (PACED) é uma iniciativa multilateral co-
financiada pela União Europeia e Portugal, concebida para fortalecer os sistemas judiciários
nos PALOP e Timor-Leste no combate a crimes transnacionais e organizados, especialmente a
corrupção, branqueamento de capitais e o tráfico de estupefacientes. Esta dissertação analisa
criticamente a implementação do PACED em Moçambique (2014-2022), adoptando uma
metodologia qualitativa, de estudo de caso que combina análise documental, revisão legislativa
e entrevistas semiestruturadas com magistrados, beneficiários e coordenador do projecto.
Os resultados destacam avanços em três eixos: (1) capacitação profissional, (2)
modernização legislativa (reformas do Código Penal e Processo Penal e outras) e (3)
cooperação jurídica internacional no âmbito da CPLP. Contudo, o estudo também revela,
limitações estruturais: a dependência de financiamento externo comprometeu a
sustentabilidade, as alterações legislativas aceleradas geraram incoerências, e a abordagem
centralizada limitou a apropriação local das iniciativas.
Conclui-se que, embora o PACED tenha introduzido boas práticas
internacionais, seu impacto de longo prazo é condicionado pelas fragilidades institucionais
moçambicanas — como escassez de recursos, ineficiência burocrática e corrupção endémica.
As recomendações propõem: (1) descentralizar a gestão do projecto para fortalecer actores
nacionais, (2) integrar mecanismos de monitoria pela sociedade civil e (3) alinhar futuras
intervenções à evolução constitucional do país, particularmente na protecção de direitos
fundamentais e independência judicial. Estas conclusões contribuem para o debate sobre a
eficácia da cooperação internacional em Estados frágeis, evidenciando o dilema entre
assistência técnica e reforma sistémica. |
en_US |
dc.language.iso |
por |
en_US |
dc.publisher |
Universidade Eduardo Mondlane |
en_US |
dc.rights |
openAcess |
en_US |
dc.subject |
Estado de direito |
en_US |
dc.subject |
Cooperação judiciária |
en_US |
dc.subject |
Anti-corrupção |
en_US |
dc.subject |
Harmonização legislativa |
en_US |
dc.subject |
Política de desenvolvimento da UE |
en_US |
dc.subject |
Moçambique |
en_US |
dc.title |
A cooperação internacional para o desenvolvimento e a consolidação do estado de direito em Moçambique: estudo do projecto PACED |
en_US |
dc.type |
thesis |
en_US |
dc.description.embargo |
2025-07-16 |
|
dc.description.resumo |
The Program to Support the Consolidation of the Rule of Law in
Portuguese-Speaking African Countries and Timor-Leste (PACED) is a multilateral
initiative co-funded by the European Union and Portugal, designed to strengthen judicial
systems in PALOP and Timor-Leste by combating transnational crimes, particularly
corruption, money laundering, and drug trafficking. This dissertation critically examines PACED's implementation in Mozambique between 2014-2022, employing a qualitative case
study methodology that combines document analysis, legislative review, and semi-structured
interviews with magistrates, policymakers, and project coordinators.
Key findings reveal that PACED achieved measurable progress in three domains: (1) capacity-
building through specialized training professionals, (2) legislative modernization via reforms
to the Penal Code and Criminal Procedure Code, and (3) enhanced cross-border judicial
cooperation under CPLP frameworks. However, the study identifies structural limitations:
dependence on external funding undermined sustainability, rapid legislative amendments led
to inconsistencies, and the project's top-down approach limited local ownership.
The analysis concludes that while PACED successfully introduced international best practices,
its long-term impact is constrained by Mozambique's institutional vulnerabilities—including
resource shortages, bureaucratic inefficiencies, and entrenched corruption. Recommendations
emphasize: (1) decentralizing project governance to empower national stakeholders, (2)
integrating civil society oversight mechanisms, and (3) aligning future interventions with
Mozambique's constitutional evolution, particularly in safeguarding fundamental rights and
judicial independence. These insights contribute to broader debates on development aid
efficacy in fragile states, highlighting the tension between technical assistance and systemic
reform. |
en_US |