Abstract:
Os recursos terrestres são limitados e o número de população que necessita de alimento
na terra está a crescer rapidamente, colocando a agricultura em risco. As flutuações na
precipitação, secas, inundações frequentes e tempestades são tidos como os principais
riscos relacionados com o clima para o sector agrícola, onde aproximadamente 80% da
população moçambicana está empregada. Os agricultores em Moçambique não têm
conhecimento sobre práticas de redução de riscos climáticos associadas aos sistemas de
produção agrícola não melhorados. Por outro lado, o desenvolvimento tecnológico tem
estabelecido modelos de cultivo que simulam vários fenómenos da natureza e que possam
ser usados para o auxílio na planificação de sistemas agrícolas. Entretanto, as
comparações entre modelos de cultivo são úteis para contrastar a consistência entre
modelos e quantificar a incerteza das previsões. Portanto, o presente estudo visa avaliar
a sensibilidade do risco climático na cultura de milho em Moçambique usando ACME.
Para tal, foram descarregados dados de clima global no CHIRPS e ERA5 para os 15 locais
seleccionados para um período de 2003 a 2022, escolhidas 26 datas de sementeira, um
tipo de solo, duas variedades de milho, 3 combinações de simulação e compôs-se um
experimento virtual que resultou em 26x1x2x19x15x3=44.460 unidades de simulação
para cada um dos três modelos, DSSAT, STICS e CELSIUS. O experimento virtual
revelou que o rendimento simulado do milho varia conforme a localização e, que existe
variação substancial entre os modelos na estimativa do rendimento do milho, sugerindo
a necessidade da sua calibração paras as condições de Moçambique. A simulação de Yw
e Yw/Y0 mostra que esses parâmetros podem ser usados na tomada de algumas decisões,
enquanto o risco entre agricultores varia, sendo influenciado pela variabilidade interanual
do clima. Além disso, a estimativa do intervalo de sementeira difere entre os modelos,
reforçando a necessidade da sua calibração