dc.contributor.advisor |
Chilundo, Baltazar |
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dc.contributor.author |
Wate, Argentina Novela |
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dc.date.accessioned |
2025-07-09T12:49:20Z |
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dc.date.issued |
2025-06-10 |
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dc.identifier.uri |
http://www.repositorio.uem.mz/handle258/1440 |
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dc.description.abstract |
A transmissão vertical (TV) do HIV continua a representar um desafio de saúde pública em
Moçambique. Apesar dos avanços nas estratégias de prevenção, a taxa de TV permanece elevada,
em cerca de 12.3% em 2024. Estima-se que em 2023, o país tenha registado 18.000 novos casos
de infecções pediátricas por via vertical.
Objectivos
1. Analisar as características demográficas e a oferta dos cuidados clínicos as crianças de 0-
18 meses de idade HIV positivas, nomeadamente o diagnóstico precoce infantil e profilaxia
com ARV.
2. Analisar as características demográficas das mães das crianças, e o acesso aos cuidados
clínicos, nomeadamente, ao tratamento antirretroviral (TARV), carga viral e a associação
entre a idade e o estado de gravidez ou amamentação à entrada no programa; e a carga viral
e a adesão do TARV.
3. Identificar lacunas nos cuidados prestados às crianças HIV positivas e suas mães para a
PTV.
Metodologia
Foi feita uma análise secundária, retrospectiva, de dados de auditorias clínicas entre Outubro de
2022 e Setembro de 2024, em 124 unidades sanitárias das províncias de Manica, Niassa, Sofala e
Tete. A amostra incluiu 908 crianças e 902 mães HIV+, cujos dados foram extraídos de fichas de
auditoria. As análises estatísticas foram realizadas utilizando Tableau e STATA versão 15 onde
foram calculadas medidas de tendência central (médias, medianas), medidas de frequência
absoluta, relativa ou proporções e o teste Qui Quadrado de Pearson para determinar associações
entre variáveis maternas. Foi usado ainda o modelo sócio-ecológico do CDC para classificar a má
adesão das mães ao TARV.
Factores Associados à Transmissão Vertical do HIV: Análise dos Resultados das Auditorias Clínicas das Crianças HIV Positivas no
Programa Prevenção de Transmissão Vertical, em Manica, Niassa, Sofala e Tete, Moçambique, de Outubro 2022 à Setembro de 2024.
Resultados
Foram auditadas 908 crianças e 902 mães, em 124 unidades sanitárias. A média de idade das
crianças foi de 4,2 meses, 58% tinham mães que ingressaram no programa de PTV durante a
gravidez, e 40% durante a amamentação. A maioria delas (85%) nasceu em maternidades e 65%
receberam profilaxia antirretroviral. Das 467 crianças que iniciaram profilaxia dentro de 72 horas
após o nascimento, apenas 11% completaram as 12 semanas de profilaxia.
A idade média da mães foi de 27 anos, sendo 38% adolescentes ou jovens (≤24 anos). Embora
58% tenham iniciado o seguimento no programa durante a gravidez, apenas 4% iniciaram antes
das 12 semanas gestacionais. Observou-se associação significativa entre a idade materna e o estado
de gravidez ou amamentação de entrada no programa (χ2=13,77; p=0,0032).
A cobertura de TARV entre as mães foi de 90% (812/902). Dentre as 44% (356/812) que tiveram
a CV monitorada a supressão foi de 46%. Cerca de um terço das mães interromperam o TARV por
mais de 28 dias. A não adesão ao tratamento resultou de factores interligados onde cerca de 60%
foram causados por factores individuais e organizacionais, como esquecimento, partilha dos ARV,
medo de efeitos secundários, medo de estigma, 19% devidos a aspectos interpessoais, como falta
de apoio familiar e medo de revelar o estado serológico; 7% factores estruturais, como dificuldades
de transporte ou acesso a alimentos e por fim os factores comunitários, como estigma e normas
culturais com 4%.
Conclusões
Os resultados da avaliação apontam para múltiplos factores e perdas de oportunidade de oferta de
cuidados ao longo da cascata para a PTV, nomeadamente a demora no diagnóstico de HIV, o
início e completude da profilaxia infantil com ARV e má adesão materna ao TARV com
consequente não supressão viral. É imperativo implementar intervenções integradas,
multissetoriais e centradas na família, com foco na identificação precoce de infecção, retenção
em cuidados e apoio contínuo às mulheres vivendo com HIV, visando a redução da transmissão
vertical em Moçambique |
en_US |
dc.language.iso |
por |
en_US |
dc.publisher |
Universidade Eduardo Mondlane |
en_US |
dc.rights |
openAcess |
en_US |
dc.subject |
HIV |
en_US |
dc.subject |
Crianças HIV positivas |
en_US |
dc.subject |
Transmissão vertical |
en_US |
dc.subject |
Programa prevenção de transmissão vertical |
en_US |
dc.subject |
Factores associados à transmissão de HIV |
en_US |
dc.subject |
Vertical transmission |
en_US |
dc.subject |
HIV-positive children |
en_US |
dc.subject |
Factors associated with HIV transmission |
en_US |
dc.subject |
Vertical transmission prevention program |
en_US |
dc.title |
Factores associados à transmissão vertical de HIV: análise dos resultados das auditorias clínicas das crianças HIV positivas no programa prevenção de transmissão vertical, em Manica, Niassa, Sofala e Tete, Moçambique, de Outubro 2022 à Setembro de 2024 |
en_US |
dc.type |
thesis |
en_US |
dc.description.embargo |
2025-07-09 |
|
dc.description.resumo |
Vertical transmission (VT) of HIV remains a significant public health challenge in Mozambique.
Despite progress in prevention strategies, the VT rate remains high, estimated at approximately
12.3% in 2024. In 2023, the country registered an estimated 18,000 new cases of pediatric HIV
infection acquired vertically.
Objectives
1. Analyze the demographic characteristics and the provision of clinical care for HIV positive
children aged 0–18 months, namely early infant diagnosis and ARV prophylaxis.
2. Analyze the demographic characteristics of the children's mothers, and access to clinical
care, to antiretroviral therapy (ART), viral load, and the association between age and
pregnancy or breastfeeding status at entry into the program; as well as viral load and
adherence to ART.
3. Identify gaps on the provision of care to HIV positive children and their mothers to prevent
VT of HIV.
Methodology
A retrospective secondary analysis was conducted using data from clinical audits carried out
between October 2022 and September 2024 in 124 health facilities across the provinces of Manica,
Niassa, Sofala, and Tete. The sample included 908 HIV-positive children and 902 mothers, with
data extracted from audit forms. Statistical analysis was performed using Tableau and STATA
version 15, applying descriptive statistics (means and medians), absolute and relative frequencies
or proportions, and the Pearson Chi-Square test to determine associations between maternal
variables. The CDC’s socio-ecological model was used to classify factors associated with poor
adherence to ART among mothers.
Results
A total of 908 and 902 mothers were audited in 124 health facilities. The average age of the
children was 4.2 months, 58% had mothers enrolled in the prevention of VT program during
pregnancy, and 40% during breastfeeding. Most of these children (85%) were born in maternities,
and 65% received antiretroviral (ARV) prophylaxis. Of the 467 children who started prophylaxis
within 72 hours of birth, only 11% completed the 12-week prophylaxis course.
The average age among mothers was 27 years; 38% were adolescents or young women (≤24 years).
Although 58% enrolled in the program during pregnancy, only 4% started prior to 12 weeks of
gestation. A significant association was found between maternal age and timing of program entry
(χ2=13.77; p=0.0032).
While antiretroviral therapy (ART) coverage among mothers was 90% (812/902). Among the 44%
(356/812) who had their viral load monitored, the suppression rate was only 46%. About one-third
of mothers discontinued ART for more than 28 days. Non-adherence to treatment was due to
interconnected factors: approximately 60% were related to individual and organizational factors
such as forgetfulness, sharing pills and fear of stigma; 19% to interpersonal aspects (such as lack
of family support and fear of HIV status disclosure); 7% to structural factors (lack of transport or
food insecurity), and 4% to community-level issues, including stigma and cultural norms.
Conclusions
The results of the evaluation highlighted multiple factors and gaps throughout the prevention of
VT cascade, namely, delayed HIV diagnosis, the initiation and completion of infant ARV
prophylaxis, and poor maternal adherence to ART with consequent lack of viral suppression. It is
imperative to implement integrated, multisectoral and family-centered interventions, focusing on
early identification of HIV, retention in care and ongoing support for women living with HIV,
aiming to reduce vertical transmission in Mozambique |
en_US |