Abstract:
A preocupação pela redução das desigualdades sociais que caracterizam a população
mundial, associada à relativa incapacidade dos governos de lidar com os problemas do
desenvolvimento, condicionou a emergência de um conjunto de organizações que, não
pertencendo ao sector público, se predispõem a complementar os esforços empreendidos
pelo sector público na luta contra a pobreza e para o bem-estar social. As organizações
não-governamentais (ONGs) prestam serviços de interesse público com o objectivo
principal de aliviar o sofrimento da população desfavorecida, sem disso esperar lucros. O
trabalho analisa, a partir de um estudo de caso da Associação Reconstruindo Esperança
(ARES), o contributo das ONGs no apoio ao desenvolvimento. A pesquisa é do tipo
qualitativo que por meio de pesquisa bibliográfica e entrevistas focalizadas procurou
analisar as actividades desenvolvidas pela ARES e seu impacto no alívio do sofrimento
das comunidades abrangidas. Os resultados da pesquisa mostram que o apoio e
aconselhamento psicossocial que a ARES presta são essenciais para o desenvolvimento
holístico de crianças e mulheres vítimas de conflitos, proporcionando ferramentas
emocionais e psicológicas necessárias para superar traumas, construir resiliência e
construir um caminho sustentável para o futuro. Este suporte não apenas alivia o
sofrimento imediato, mas contribui para o fortalecimento individual e comunitário a
longo prazo. No entanto, a ARES e outras ONGs que actuam na cidade de Maputo
enfrentam desafios decorrentes da dependência excessiva de fontes externas no
financiamento das suas actividades, facto que concorrem à paralisação de projectos
causado pelo corte de apoio.