Abstract:
Este trabalho analisa a estrutura e o sistema de gestão das atividades de resgate arqueológico
em Moçambique com o objetivo de sugerir alterações que melhor atendam à gestão do Patrimônio Cultural e ao alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em
Moçambique. O estudo detalhado sobre a política de gestão do patrimônio cultural e de resgate arqueológico
em Moçambique e a comparação com países vizinhos, com base em entrevistas e análises de políticas, demonstra que a arqueologia de resgate precisa ser desenvolvida e profissionalizada. Esta não é apenas uma atividade acadêmica, mas também oferece oportunidades de emprego
para jovens arqueólogos e gestores do patrimônio cultural. Como demonstrado aqui, essa abordagem também
permite a incorporação do engajamento comunitário. Para que a pesquisa arqueológica seja
eficaz, ela deve utilizar procedimentos e boas práticas e aplicar os mesmos protocolos metodológicos em todo o país, por exemplo, implementar o mesmo cadastro de sítios para sítios arqueológicos, culturais e históricos, e utilizar os "mesmos critérios" para classificações e avaliação de risco de sítios.
Ao aplicar a abordagem do patrimônio biocultural e os procedimentos dos princípios FAIR and CARE, defendo
que a arqueologia de resgate e outras atividades de gestão do patrimônio cultural em Moçambique, para
serem sustentáveis, devem ampliar os atores envolvidos no processo. O processo de pesquisa deve
incorporar diferentes partes interessadas em vários níveis sociais, agregar seus conhecimentos e reconhecer seus direitos, poderes de controle e interesses. Combinar ações de gestão do patrimônio cultural
com a gestão do patrimônio natural, da paisagem e da biodiversidade e de meios de subsistência sustentáveis.