Abstract:
O estabelecimento de áreas protegidas em zonas com assentamentos humanos, traz
consigo grandes desafios no equilíbrio entre o bem-estar das comunidades e a conservação
da biodiversidade. As dinâmicas destas áreas conduzem a mudanças que afectam a estrutura
social das comunidades locais. Na perspectiva de restabelecer um equilíbrio sócio-ecológico,
as comunidades tendem a encontrar mecanismos de adaptação à realidade imposta pela
transformação das suas zonas de residência em áreas de conservação. Este estudo, analisa a
Resiliência das Comunidades do Parque Nacional de Limpopo em relação as mudanças
resultantes da criação desta área de protecção. O mesmo, parte do pressuposto de que a
criação deste Parque afectou os aspectos socioeconómicos e culturais das comunidades,
entretanto, estas encontraram estratégias de adaptação para restabelecer o funcionamento da
sua estrutura social. O estudo foi feito à luz da teoria sistémica, com intuito de compreender
as relações de interação que caracterizam a Resiliência. A pesquisa faz uma combinação da
abordagem qualitativa e quantitativa, baseada num estudo de caso, assente na revisão da
literatura, administração de inquéritos, entrevistas semiestruturadas e grupos focais. O
estudo conclui que a criação do Parque desproveu as comunidades dos seus meios de vida,
perturbou o sistema de crenças e governação, afectando a organização e o funcionamento da
estrutura social das comunidades. Entretanto, as comunidades desenvolveram estratégias de
adaptação que asseguram o funcionamento da sua estrutura social. Assim, as comunidades
Parque Nacional de Limpopo se mostram resilientes às dinâmicas impostas pelas políticas
de conservação na região