Abstract:
A Cárie Precoce de Infância, é a doença crónica mais comum nos primeiros anos de
vida e, actualmente, representa um grande problema para a saúde pública mundial, tanto em
países industrializados quanto em desenvolvimento, afectando uma considerável proporção de
crianças pré-escolares. Esta doença é multifactorial, sendo assim necessário estudar os principais
factores de risco de modo a traçar estratégias de prevenção e de abordagem nas unidades
sanitárias, pelos profissionais que atendem na Triagem de Pediatria, a este grupo alvo pré-
escolar. Em Moçambique, da revisão bibliográfica efectuada não existem publicados resultados
de estudos de prevalência e factores associados a cárie na faixa etária dos 2 aos 5 anos, apenas
em crianças dos 6 aos 12 anos.
Objectivos: O presente estudo teve como objectivos avaliar a frequência e os factores de risco
da cárie precoce de infância em crianças dos 2 aos 5 anos, atendidas no Centro de Saúde da
Matola II, Provincia de Maputo.
Metodologia: Foi realizado um estudo analitico, descritivo transversal de abordagem
quantitativa, em 385 crianças atendidas na Triagem de Pediatria do Centro de Saúde da Matola II
de Novembro de 2022 à Abril de 2023. Foram feitas entrevistas aos cuidadores, com o uso de
questionário fechado e analisados através do aplicativo de análise de dados estatisticos IBM
SPSS versão 24.
Resultados: De 385 participantes do estudo, 160 (41,6%), apresentavam Cárie Precoce de
Infância, com uma média de ceo-d de 1,8.
Verificou-se que os principais factores de risco da CPI, foram: crianças mais velhas, baixo nível
de escolaridade dos cuidadores, não visitar o dentista, presença de manchas brancas activas,
hábitos alimentares inadequados, com destaque para uso do biberão a noite, início tardio da
escovagem e a não supervisão dos cuidadores durante a escovagem.
Conclusões: Os resultados mostram que a Cárie Precoce de Infância é prevalente na população
de crianças estudadas na Matola II e permite aferir os principais factores de risco relacionados ao
aparecimento e desenvolvimento da CPI. Há necessidade do acesso de crianças a programas de
atenção em saúde oral, preferencialmente, durante os primeiros anos de vida para prevenir e
evitar a CPI