Abstract:
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma emergência cerebrovascular que
representa uma das principais causas de mortalidade e incapacidade em todo o mundo. Apesar
de sua relevância clínica, o Hospital Central de Maputo carece de um serviço especializado
para o atendimento de pacientes com AVC, o que resulta em atraso no diagnóstico e manejo
adequado dos casos. Objectivo: este estudo teve com objetivo descrever o circuito de
atendimento intra-hospitalar actual, avaliar o tempo médio de espera para internamento e
realização de exames diagnósticos do paciente com AVC após a admissão, e por fim propor
um fluxograma de atendimento dos pacientes com AVC a ser usado no serviço de urgências
do HCM seguindo as recomendações da Organização Mundial do AVC. Metodologia: Foi
realizada uma pesquisa quantitativa mista, que incluiu análise de dados retrospectivos de forma
transversal. Foi feita revisão dos processos clínicos e aplicado um inquérito aos profissionais
de saúde que atendem pacientes com AVC no serviço de urgência do HCM. Resultados:
Observou-se a ausência de um circuito especializado para atendimento aos pacientes com AVC
no HCM. Além disso, o tempo médio de espera de um paciente admitido com AVC foi de 9
horas no serviço de urgência, e o tempo de realização de exames diagnósticos após admissão
do paciente variou de 3 a 5 horas. Conclusão: Não existe um circuito especializado para
atendimento aos pacientes com AVC no serviço de urgência do HCM fato que implica um
atraso considerável na confirmação do diagnóstico de AVC por imagem e na realização dos
exames laboratoriais aos paciente com AVC após admissão. Consequentemente, prejudica se
o manejo atempado dos casos. Benefício: Este estudo traz uma proposta clara e realística de
criação de uma "via verde" de AVC no HCM, que garantirá um encaminhamento rápido e
prioritário dos pacientes com AVC, bem como a implementação de uma unidade especializada
em AVC para um cuidado multidisciplinar e integrado que, com a sua implementação, espera
se contribuir para reduzir o atraso no tratamento, contribuindo assim para a desfecho favorável
e funcional dos pacientes de forma a contribuir para reduzir o peso do AVC sobre o sistema
nacional de saúde e sociedade.