Abstract:
O sector agrícola desempenha um papel fundamental na economia de Moçambique, onde
grande parte dos agricultores desenvolvem a agricultura de subsistência familiar. No entanto,
é sabido que este sector é altamente vulnerável aos efeitos dos eventos climáticos, o que faz
com que as acções de resiliência climática sejam uma prioridade para as Organizações não
Governamentais. Contudo, o facto desta actividade, ser desenvolvida maioritariamente por
pequenos agricultores, em que muito deles dependem das condições atmosféricas e apegados
aos hábitos culturais, pressupõe que a procura de soluções seja a base de uma proposta de
mecanismos de adaptação que buscam reduzir a vulnerabilidade climática na agricultura de
subsistência, considerando os hábitos culturais como a variável de destaque. Portanto, a
definição deste objectivo, usando as componentes exposição, sensibilidade e capacidade
adaptativa, permitiu analisar os indicadores com base na ferramenta SPSS e avaliar o índice de
vulnerabilidade climática, onde os resultados foram interpretados com base na Lógica Fuzzy.
Nestes resultados, o índice revelou-se muito alto (0.89), tendo como principais influências para
a vulnerabilidade, a frequência de inundações, uso de sementes de variedades locais e culturas
na sua maioria intolerantes a seca, pragas e doenças agrícolas. Contudo, concluiu-se que os
hábitos culturais influenciam significativamente para o aumento da vulnerabilidade climática
na agricultura de subsistência. Diante deste cenário, propõem-se um mecanismo de adaptação
que consiste na integração de práticas e soluções tradicionais que incluem os hábitos culturais,
serviços de extensão agrária, académicos e as organizações não governamentais