Abstract:
O presente trabalho tem como objectivo avaliar o impacto do boma na redução do conflito homem-
fauna bravia (CHFB) no Parque Nacional do Limpopo (PNL). Foram avaliados o perfil dos
criadores, a eficácia e praticabilidade do boma, e a satisfação dos criadores. A pesquisa foi
exploratória e foi utilizado o questionário para a colecta de dados de uma amostra de 170 criadores
locais de gado, sendo 40 criadores de Chimangue, 35 de Machamba, 71 de Mavodze e 24 de
Canhane. Em seguida, foram determinadas as frequências absoluta e relativa, e construídos gráficos
de distribuição de frequências relativas das variáveis qualitativas. Em relação às variáveis
quantitativas, efectuou-se o teste de normalidade de Shapiro-Wilk, Análise de Variância e
comparação de médias, pelo teste de agrupamento de Tukey, todas a 5% de significância.
Resultados indicam que bomas à prova de predadores têm maioritariamente bom a muito bom
desempenho na mitigação do CHFB, com efeito na redução da predação do gado bovino por
mamíferos carnívoros. Por isso, a maioria dos criadores destas aldeias têm preferência por bomas à
prova de predadores, pois consideram-nos óptimos na protecção do gado nos locais de confinamento
e pernoita e cuja eficiência é alta a muito alta. Os custos totais pela utilização de bomas à prova de
predadores variam de acordo com o número de animais no rebanho e tipo de serviço solicitado pelo
criador. Porém, a maioria dos criadores entrevistados gastou 3.500,00MT média por ano em serviços
relacionados com a utilização de bomas à prova de predadores. Este valor é considerado razoável,
pois, o gado é confinado e pernoita em bomas com estruturas de boa consistência e seguras, e cuja
aderência dos criadores varia de alta a muito alta. Em relação ao nível de satisfação, todos os
criadores estão satisfeitos a muito satisfeitos e têm preferência pela tecnologia de bomas para
proteger o gado dos predadores no período nocturno. Assim, recomenda-se melhorar a fortificação
da estrutura dos bomas, continuar a promover a capacitação institucional de fiscais de florestas e
fauna-bravia e eco-rangers e promover acções de mitigação e controlo dos casos de conflito homem
- fauna bravia.