Abstract:
A cidade de Tete, embora atravessada pelo rio Zambeze, o qual é o maior a nível da
região da SADC, a água para o uso doméstico, é feita basicamente com recursos a água
subterrânea. Localmente, há ocorrência de 2 aquíferos aluvionares bastante produtivos,
com caudais acima de 150m 3 /h e 90m 3 /h ao longo do vale de Nhartanda e área de
Matundo respectivamente. Contudo, em decorrência de actividade humana ao longo
das áreas de recarga, projecções indicam que a qualidade de água está sob risco cada
vez maior de contaminação. O problema da degradação de água provém de várias
fontes, dentre as quais pode-se destacar o uso de agro-químicos como pesticidas e
fertilizantes na actividade agrícola, a remoção da camada superficial protectora
(argilosa), bem como, a poluição através de fossas sépticas e resíduos sólidos mal
depositados. O objectivo do estudo é classificar a vulnerabilidade e identificação de
focos de contaminação do aquífero do vale de Nhartanda e a área da Matundo, onde
estão instalados os furos de captação.
Foi desenvolvida uma Base de Dados (BdD) constituída por 94 furos. Foram
desenhadas linhas equipotencias isopiozométricas indicando o fluxo de águas
subterrâneas, nível de água, bem como, mapas de distribuição espacial de STD, CE.
Análise de vulnerabilidade foi determinada com base no método de GOD (Foster et al,
2006), o qual consiste na avaliação de ocorrência da água subterrânea segundo o grau
de confinamento hidráulico, o tipo do material ocorrente nas camadas sobrejacentes ao
topo do aquífero e a profundidade entre a camada da superfície do terreno e o topo do
aquífero no ponto. A metodologia usa vários índices para classificar o aquífero. O
resultado final é obtido a partir da multiplicação dos índices, o qual é usado para a
elaboração de um mapa que indica a distribuição espacial da vulnerabilidade ao longo
da área. Embora os resultados, em termos percentuais indiquem que a área
maioritariamente apresenta vulnerabilidade de contaminação entre baixa (79%) a
moderada (21%), o sistema hidrogeológico tem estado cada vez mais vulnerável á
contaminação, necessitando de protecção e monitoramento de águas subterrâneas.
Em Moçambique o Decreto-Lei no 16/91 (Lei de Águas) define as Normas e os
Critérios para a delimitação de perímetros de protecção de captações de águas
subterrâneas destinadas ao abastecimento público”. De acordo com esta Lei, o
perímetro de protecção é a área contígua à captação na qual se interditam ou
condicionam o desenvolvimento de actividades susceptíveis de poluírem as águas