dc.contributor.advisor |
Munguambe, Khátia |
|
dc.contributor.author |
Correia, Helena António Namurá |
|
dc.date.accessioned |
2024-08-08T10:21:12Z |
|
dc.date.issued |
2023-07-01 |
|
dc.identifier.uri |
http://www.repositorio.uem.mz/handle258/1073 |
|
dc.description.abstract |
Em Moçambique, 60% da população recorre à medicina tradicional para solucionar os problemas
que, na perspectiva do paciente, a medicina convencional não consegue resolver, em parte
devido a baixa cobertura do Sistema Nacional de Saúde, mas também devido a um conjunto de
valores culturais, crenças e práticas locais que os membros da população têm em relação a
doenças e saúde Este trabalho apresenta dados relacionados com as práticas tradicionais de prevenção de doenças em crianças dos 0 aos 5 anos de idades e factores associados, tendo como caso de estudo os
Distritos da Manhiça e KaMavota, Província e Cidade de Maputo, respectivamente Este trabalho é um estudo transversal quantitativo baseado num inquérito aos agregados
familiares. Os agregados foram selecionados aleatoriamente com base nas listas fornecidas pelo
Centro de Investigação em Saúde de Manhiça e pelos secretários dos bairros (no Distrito de
KaMavota)Perfazendo um total de setecentos e quarenta e quatro cuidadores de crianças, dos quais um foi
excluído da análise por ter dados incompletos. A idade dos respondentes variou entre 17 e 84
anos de idade, com uma média de 32.5 anos de idade. Ficou demonstrado que 82.6% dos
cuidadores usam medicina tradicional para manter suas crianças saudáveis, tendo sido as doenças
de infância mais mencionadas a doença da lua (convulsões e vómitos), mencionada por 37.0%
dos cuidadores, seguida de Xilala (Fontanela afundada, criança magra e com veias visíveis na
cabeça) (18.8%), Mbala ou Disco (mancha vermelha na nuca) (8.3%), Dzedzeze (Malária)
(8.2%), Rumbjana (hematúria / urina com sangue) (7.6%), Mukussuane (constipação ⁄ tosse)
(6.6%), e Xifuva (asma) (5.5%). As práticas levadas a cabo para prevenir doenças em crianças
são Kutsivelela (fumigação usando uma substância chamada baço/gordura de animais como vaca, tubarão leopardo e cobras) (53.2%), banhos com remédios fervidos (36.5%), incisões ou
vacinação tradicional (7.9%) e orações (2.5%). Um pouco menos que metade dos cuidadores
(42.8%) disse que tinha sido aconselhado pelas suas mães ou sogras para aderir as práticas
tradicionais, seguidos dos que o fizeram por iniciativa própria (29.6%) e daqueles que foram
aconselhados pelas (as) avó da cuidadora (16.7%) entre outros, mas as decisões finais para a
adopção das práticas mencionadas foram tomadas pelos (as) avós paternas das crianças (42.8%);
cuidadores pessoalmente (26.4%) e pelos pais da criança (17.1%). Os dados mostram que 85.7%
dos cuidadores que administraram remédios tradicionais às suas crianças disse que não conhecia
a composição dos remédios, enquanto 14.3% disse que conhecia. A percentagem dos que
conhecem a composição dos remédios é maior na Manhiça (24.1%) do que em KaMavota
(6.8%), provavelmente porque os cuidadores da Manhiça estão numa área rural e onde a
exposição ou familiarização com as fontes dos remédios (plantas, animais) á maior. A maioria
dos participantes que administraram remédios tradicionais as suas crianças (70.8%) acredita que
elas estão livres de todas as doenças para as quais foram prevenidas através da medicina
tradicional, mas 20.9% não comunga da mesma crença, incluindo alguns (7.0%) que não sabem
se suas crianças estão protegidas ou não. As cuidadoras que são filhas ou noras ou netas do chefe
do agregado têm 2.4 vezes mais chances de aderirem a práticas tradicionais para prevenir
doenças nas suas crianças do que aquelas que são chefes ou esposas dos chefes (p = 0.03).
Embora com um valor de p acima do limite de significância estatística, o residente na área rural
(Manhiça) tem 1, 6 mais chances de aderirem a prática de prevenção tradicional do que aquelas
que vivem na zona urbana (KaMavota) (p = 0.07)Em súmula, o presente estudo é inovador, actual e dos primeiros, senão o primeiro, em
Moçambique que aborda práticas tradicionais de prevenção de doenças em crianças usando
métodos quantitativos. A análise mostra que o grau de parentesco do cuidador com o chefe do
agregado e a área de residência constituem os factores mais importantes na adesão de práticas
tradicionais. |
en_US |
dc.language.iso |
por |
en_US |
dc.publisher |
Universidade Eduardo Mondlane |
en_US |
dc.rights |
openAcess |
en_US |
dc.subject |
Práticas tradicionais |
en_US |
dc.subject |
Crianças |
en_US |
dc.subject |
Prevenção de doenças |
en_US |
dc.subject |
Medicina tradicional |
en_US |
dc.subject |
Manhiça |
en_US |
dc.title |
Práticas tradicionais para prevenção de doenças em crianças de 0 a 5 anos de idade nos distritos de Manhiça e de Kamavota, sul de Moçambique |
en_US |
dc.type |
thesis |
en_US |
dc.description.embargo |
2024-08-07 |
|
dc.description.resumo |
In Mozambique, 60% of the population uses traditional medicine to solve problems that, in their
perspective, conventional medicine cannot resolve, partly due to the low coverage of the
National Health System, but also due to a set of cultural values, beliefs and local practices that
the population has in relation to illness and health This paper presents data related to traditional practices of disease prevention in children aged 0
to 5 years and associated factors, taking as case study the Districts of Manhiça and KaMavota,
Maputo Province and City, respectively This work is a quantitative cross-sectional study based on a household survey. The households
were randomly selected based on lists provided by the Manhiça Health Research Center and
neighborhood secretaries (in KaMavota District) This amounted to a total of seven hundred and forty-four caregivers, one of whom was excluded from the analysis due to incomplete data. The age of the respondents ranged from 17 to 84 years
old, with an average age of 32.5 years. It was shown that 82.6% of the caregivers use traditional
medicine to keep their children healthy, with the most frequently mentioned childhood illnesses
being moon sickness (convulsions and vomiting), mentioned by 37.0% of the caregivers. 0% of
caregivers, followed by Xilala (sunken fontanelle, thin child with visible veins on the head)
(18.8%), Mbala or Disco (red spot on the back of the head) (8.3%), Dzedzeze (Malaria) (8.2%),
Rumbjana (hematuria / bloody urine) (7.6%), Mukussuane (cold ⁄ cough) (6.6%), and Xifuva
(asthma) (5.5%). The practices carried out to prevent illness in children are Kutsivelela
(fumigation using a substance called spleen/fat from animals such as cows, leopard sharks and snakes) (53.2%), baths with boiled medicine (36.5%), incisions or traditional vaccination (7.9%)
and prayers (2.5%). Just under half of the caregivers (42.8%) said that they had been advised by
their mothers or mothers-in-law to adhere to traditional practices, followed by those who did so
on their own initiative (29.6%) and those who were advised by the caregiver's grandmother
(16.7%) among others, but the final decisions to adopt the practices mentioned were made by the
children's paternal grandmothers (42.8%); caregivers personally (26.4%) and by the child's
parents (17.1%).
The data shows that 85.7% of the caregivers who administered traditional remedies to their
children said they didn't know the composition of the remedies, while 14.3% said they did. The
percentage of those who know the composition of the remedies is higher in Manhiça (24.1%)
than in KaMavota (6.8%), probably because the caregivers in Manhiça are in a rural area and
where exposure or familiarity with the sources of the remedies (plants, animals) is greater. The
majority of participants who have administered traditional remedies to their children (70.8%)
believe that they are free from all the diseases they have been prevented from through traditional
medicine, but 20.9% do not share the same belief, including some (7.0%) who do not know
whether their children are protected or not. Caregivers who are daughters or daughters-in-law or
granddaughters of the head of the household are 2.4 times more likely to adhere to traditional
practices to prevent illness in their children than those who are heads or wives of heads (p =
0.03). Although with a p-value above the limit of statistical significance, those living in rural
areas (Manhiça) are 1.6 times more likely to adhere to traditional prevention practices than those
living in urban areas (KaMavota) (p = 0.07) In summary, the present study is innovative, current, and one of the first, if not the first, in
Mozambique that addresses traditional disease prevention practices in children using quantitative
methods. The analysis shows that the degree of kinship of the caregiver to the household head
and the area of residence are the most important factors in the adherence to traditional practices. |
en_US |